sábado, 1 de junho de 2013

Intimidade Vs. Isolamento

Na sua Teoria de Desenvolvimento Psicossocial, Erikson propõe uma conceção de desenvolvimento em oito estágios psicossociais, perspetivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o nascimento até à morte. Cada estágio, contribui para a formação da personalidade do individuo, e é constituído no seu núcleo por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma negativa.
         Segundo Erikson, o sexto estádio psicossocial atinge-se na idade do Jovem Adulto e denomina-se “Intimidade Vs. Isolamento”. Ainda segundo o autor, neste estádio, o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo o indivíduo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva.

O excerto seguinte introduz este sexto estádio de desenvolvimento psicossocial: “[…] os jovens adultos estão preparados e dispostos a unir a sua identidade a outras pessoas. Eles buscam relacionamentos de intimidade, parceria e associação, e estão preparados para desenvolver as forças necessárias para cumprir esses compromissos, ainda que para isso tenham de fazer sacrifícios”. (Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell, 2000: p.174).
Este estágio caracteriza-se pelo facto de a identidade do sujeito se encontrar estabilizada, o ego fortalecido e pelo facto de ser neste estágio que o indivíduo aprenderá a conviver com outros egos. Pela primeira vez o indivíduo poderá desfrutar de uma verdadeira sexualidade genital, o que faz com que as uniões e os casamentos surjam nesta fase. Tal situação deve-se à realidade de que o indivíduo nos estágios anteriores limitava-se à demanda da identidade sexual e a um desejo de intimidades efémeras. É então na idade do jovem adulto que, com uma identidade assumida, se possibilita o estabelecer de relações de intimidade com outros. 

Se as crises anteriores não tiveram desfechos positivos, a pessoa tende ao isolamento como forma de preservar o seu ego frágil. “O perigo do estágio da intimidade é o isolamento, a evitação dos relacionamentos, quando a pessoa não está disposta a comprometer-se com a intimidade”. (Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell, 2000: p.174). O isolamento pode ocorrer por períodos curtos ou longos. No caso de um período curto, não o podemos considerar negativo, já que o ego precisa desses momentos para evoluir. Mas quando o isolamento é longo e duradouro o desfecho desta crise é bastante negativo.
Erikson definiu ainda o elitismo como um desfecho negativo desta fase. O elitismo consiste numa espécie de narcisismo, ou seja, na formação de grupos fechados de pessoas com egos semelhantes, caracterizando a incapacidade de conviver com outros egos e, portanto, a não superação desta crise.

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