domingo, 2 de junho de 2013

Opinião Pessoal

            Depois de um semestre em que foram muitas as aprendizagens e as experiências vividas no âmbito da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento, não só com a realização do blogue e a devida pesquisa, mas também com as aulas e as diversas opiniões ouvidas neste espaço. Parece-me interessante deixar a minha opinião concreta sobre o mundo e o pensamento do jovem adulto de hoje em dia, comparado com o jovem adulto de antigamente.
            “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, é de facto um provérbio que perdura no tempo. Se olharmos para o jovem de antigamente que era “obrigado” a tornar-se adulto ainda com tenra idade poucas semelhanças encontramos para com o jovem de hoje em dia.
            É precisamente pelo jovem de antigamente que início. Antigamente grande percentagem dos jovens do nosso país provinha de famílias humildes e com poucas posses. Este facto levava a que os jovens iniciassem a sua vida profissional muito cedo e sobre grande exigência por parte dos seus patrões. Este era sem dúvida um facto essencial para o “crescimento precoce” destes jovens que aumentavam o seu grau de responsabilidade e maturidade de forma exponencial ao longo da sua juventude.
          É plausível afirmar que o jovem se tornava adulto à “força” e não por vontade própria. O desenvolver de capacidades extras por parte destes jovens fazia com que pensassem em construir família e ter filhos também muito cedo e tornarem-se adultos muitas vezes sem terem completado 20 anos.
            O jovem de hoje em dia, com a mudança que se deu ao longo do tempo e com a actual conjuntura do país, torna-se adulto muito mais tarde. Nos dias que correm é muito usual um jovem viver na casa dos pais com mais de trinta anos de idade, não só porque o mercado de trabalho não permite muitas vezes os jovens tornarem-se independentes mas também porque a sociedade assim admite com naturalidade este facto.
       São estes jovens que muitas vezes ficam prejudicados com tal conjuntura. Ter a sua própria independência, estar preparado para realizar tarefas de maior responsabilidade, construir família com sucesso, ser competente a todos os níveis, tanto nas relações pessoais como profissionais, são definitivamente tarefas onde obter sucesso é mais difícil.
             Para terminar refiro-me ao futebol. Modalidade à qual estou ligado e começo a perceber, devido a alguns anos de experiência, a dificuldade que um treinador de sub-20, sub-19 tem para se relacionar com os seus atletas. No que diz respeito a aspectos qualitativos estes são cada vez melhores também devido à constante evolução da modalidade e aos recursos que hoje estão disponíveis para os jovens evoluir. No que diz respeito ao comportamento, à seriedade e à forma de estar que maior parte dos jovens coloca no seu trabalho estes deixam muito a desejar. Tento responsabilizar este facto por aquilo que já referi atrás, ou seja a lentidão do processo maturacional e a falta de desafios difíceis que a própria vida coloca.
            Parecem-me claras as diferenças entre os jovens de hoje e os jovens de ontem. Se no futuro teremos jovens diferentes só o tempo o dirá. No presente parece-me que será a força de alguns e a possível melhoria da actual conjuntura que permitirá aos jovens desenvolverem-se mais cedo e encararem o futuro de forma mais esclarecida e correta.




       Duarte Grego.  

sábado, 1 de junho de 2013

Jovem adulto & health club (entrevista)

     A Organização Mundial de Saúde recomenda um mínimo de 60 minutos diários de atividade física, de intensidade moderada, para crianças e jovens adultos. O jovem adulto cada vez mais concebe a importância da atividade física realizada regularmente, e os benefícios da mesma, dado que se trata de uma questão de saúde pública, que ajuda na prevenção de doenças, assim como a melhorar a qualidade de vida, trazendo vários aspetos positivos quer a nível físico quer a nível psicológico. Neste seguimento, quisemos perceber o que leva o jovem adulto a um Health Club e fomos entrevistar um gerente de Health Club:
- Quais as modalidades podem ser praticadas neste Health Club?
No nosso Health Club disponibilizamos aos nossos clientes Cycling, Pilates, Zumba, Pump, Trx, Gap, Jump, Crossfit, Natação, Hidroginástica e Musculação.

- Qual o tipo de modalidade mais procurada por pessoas entre os 20/30 e 40 anos?
Não existe por si só uma modalidade que se possa dizer que é a mais procurada pelos nossos clientes, uma vez que temos um leque muito alargado de opções. Cada cliente é um caso particular e as suas motivações variam em muitos aspetos.

- Existe alguma diferença por exemplo entre pessoas dos 20-30 anos e os 30-40 anos e aquilo que escolhem como modalidade a praticar?
Essa diferença penso que não existe, dado que o nessas idades as pessoas ainda estão em perfeitas condições físicas para realizar qualquer uma das modalidades que temos à disposição dos nossos clientes.

- Mas existe diferenças nas escolhas entre homens e mulheres?
Sim, neste aspeto existe uma procura maior por parte dos homens em modalidades que estão mais relacionadas com a definição muscular, como por exemplo a Musculação, o Cycling e o Trx, enquanto as mulheres procuram mais a Hidroginástica, Pilates que é uma espécie de ginástica onde é trabalhado o alinhamento corporal e aumenta a mobilidade das articulações, e Zumba que é um tipo de dança-fitness com uma coreografia fácil de seguir.





- Quais são as motivações que levam as pessoas nesta faixa etária a frequentar um Health Club?
A principal motivação está relacionada com a saúde. Daquilo que me é dado a conhecer, hoje em dia existe uma consciencialização cada vez maior por parte das pessoas para a realização do exercício físico e os benefícios que traz para a sua saúde. Depois há muitas pessoas que nos procuram com o objetivo de perder peso, principalmente as mulheres, enquanto os homens são mais preocupados com a definição muscular e com melhoria dos seus padrões de beleza. De salientar, que também temos clientes que chegam aqui ao fim do dia, depois de deixar os seus empregos, em que procuram o convívio e distração, como forma de libertar o stress diário.


Quero agradecer ao Tiago Lima, a disponibilidade em conceder esta entrevista, de forma a compreender melhor o que motiva um jovem adulto a frequentar um Health Club.

Intimidade Vs. Isolamento

Na sua Teoria de Desenvolvimento Psicossocial, Erikson propõe uma conceção de desenvolvimento em oito estágios psicossociais, perspetivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o nascimento até à morte. Cada estágio, contribui para a formação da personalidade do individuo, e é constituído no seu núcleo por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma negativa.
         Segundo Erikson, o sexto estádio psicossocial atinge-se na idade do Jovem Adulto e denomina-se “Intimidade Vs. Isolamento”. Ainda segundo o autor, neste estádio, o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo o indivíduo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva.

O excerto seguinte introduz este sexto estádio de desenvolvimento psicossocial: “[…] os jovens adultos estão preparados e dispostos a unir a sua identidade a outras pessoas. Eles buscam relacionamentos de intimidade, parceria e associação, e estão preparados para desenvolver as forças necessárias para cumprir esses compromissos, ainda que para isso tenham de fazer sacrifícios”. (Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell, 2000: p.174).
Este estágio caracteriza-se pelo facto de a identidade do sujeito se encontrar estabilizada, o ego fortalecido e pelo facto de ser neste estágio que o indivíduo aprenderá a conviver com outros egos. Pela primeira vez o indivíduo poderá desfrutar de uma verdadeira sexualidade genital, o que faz com que as uniões e os casamentos surjam nesta fase. Tal situação deve-se à realidade de que o indivíduo nos estágios anteriores limitava-se à demanda da identidade sexual e a um desejo de intimidades efémeras. É então na idade do jovem adulto que, com uma identidade assumida, se possibilita o estabelecer de relações de intimidade com outros. 

Se as crises anteriores não tiveram desfechos positivos, a pessoa tende ao isolamento como forma de preservar o seu ego frágil. “O perigo do estágio da intimidade é o isolamento, a evitação dos relacionamentos, quando a pessoa não está disposta a comprometer-se com a intimidade”. (Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell, 2000: p.174). O isolamento pode ocorrer por períodos curtos ou longos. No caso de um período curto, não o podemos considerar negativo, já que o ego precisa desses momentos para evoluir. Mas quando o isolamento é longo e duradouro o desfecho desta crise é bastante negativo.
Erikson definiu ainda o elitismo como um desfecho negativo desta fase. O elitismo consiste numa espécie de narcisismo, ou seja, na formação de grupos fechados de pessoas com egos semelhantes, caracterizando a incapacidade de conviver com outros egos e, portanto, a não superação desta crise.