Depois de um semestre
em que foram muitas as aprendizagens e as experiências vividas no âmbito da
disciplina de Psicologia do Desenvolvimento, não só com a realização do blogue
e a devida pesquisa, mas também com as aulas e as diversas opiniões ouvidas
neste espaço. Parece-me interessante deixar a minha opinião concreta sobre o
mundo e o pensamento do jovem adulto de hoje em dia, comparado com o jovem
adulto de antigamente.
“Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”, é de facto um
provérbio que perdura no tempo. Se olharmos para o jovem de antigamente que era
“obrigado” a tornar-se adulto ainda com tenra idade poucas semelhanças
encontramos para com o jovem de hoje em dia.
É precisamente pelo jovem de antigamente que início.
Antigamente grande percentagem dos jovens do nosso país provinha de famílias
humildes e com poucas posses. Este facto levava a que os jovens iniciassem a
sua vida profissional muito cedo e sobre grande exigência por parte dos seus
patrões. Este era sem dúvida um facto essencial para o “crescimento precoce”
destes jovens que aumentavam o seu grau de responsabilidade e maturidade de
forma exponencial ao longo da sua juventude.
É plausível afirmar que o jovem se tornava adulto à
“força” e não por vontade própria. O desenvolver de capacidades extras por
parte destes jovens fazia com que pensassem em construir família e ter filhos
também muito cedo e tornarem-se adultos muitas vezes sem terem completado 20
anos.
O jovem de hoje em dia, com a mudança que se deu ao longo
do tempo e com a actual conjuntura do país, torna-se adulto muito mais tarde.
Nos dias que correm é muito usual um jovem viver na casa dos pais com mais de
trinta anos de idade, não só porque o mercado de trabalho não permite muitas
vezes os jovens tornarem-se independentes mas também porque a sociedade assim admite
com naturalidade este facto.
São estes jovens que muitas vezes ficam prejudicados com
tal conjuntura. Ter a sua própria independência, estar preparado para realizar
tarefas de maior responsabilidade, construir família com sucesso, ser
competente a todos os níveis, tanto nas relações pessoais como profissionais, são
definitivamente tarefas onde obter sucesso é mais difícil.
Para
terminar refiro-me ao futebol. Modalidade à qual estou ligado e começo a
perceber, devido a alguns anos de experiência, a dificuldade que um treinador
de sub-20, sub-19 tem para se relacionar com os seus atletas. No que diz
respeito a aspectos qualitativos estes são cada vez melhores também devido à
constante evolução da modalidade e aos recursos que hoje estão disponíveis para
os jovens evoluir. No que diz respeito ao comportamento, à seriedade e à forma
de estar que maior parte dos jovens coloca no seu trabalho estes deixam
muito a desejar. Tento responsabilizar este facto por aquilo que já referi atrás, ou seja a
lentidão do processo maturacional e a falta de desafios difíceis que a própria
vida coloca.
Parecem-me claras as diferenças entre os jovens de hoje e
os jovens de ontem. Se no futuro teremos jovens diferentes só o tempo o dirá.
No presente parece-me que será a força de alguns e a possível melhoria da actual
conjuntura que permitirá aos jovens desenvolverem-se mais cedo e encararem o
futuro de forma mais esclarecida e correta.
Duarte Grego.